A Síndrome do Estresse Tibial, popularmente conhecida como “canelite” é uma inflamação pouco conhecida pela população, no entanto afeta vários atletas, principalmente corredores iniciantes.
O especialista em medicina esportiva da Orto Corpore, Dr. Claudio Kawano explica que a inflamação é causada pelo excesso de esforço. “A canelite é causada principalmente pela sobrecarga no osso da tíbia e tração excessiva do músculo sóleo na margem póstero-medial da tíbia (músculo que envolve a canela e sustenta o pé).”
Corredores iniciantes são os principais alvos da canelite que acontece por diversas causas. “Uma pessoa que não faz exercícios físicos regularmente pode sim apresentar os sintomas, principalmente por não saber a intensidade certa da atividade física”. Explica Kawano, que completa “o problema pode estar relacionado com o tipo de calçado, superfície dura ou muito irregular, treinamento errado ou mudança brusca (velocidade, frequência, distância) e tipo de pisada (supinação ou pronação excessiva)”.
O tratamento é feito com antiinflamatórios, fisioterapia e alongamentos. Ele deve ser iniciado o quanto antes, isso porque, a falta de cuidados pode desencadear outros problemas, como a fratura por stress na tíbia que, dependendo da situação, necessita até de tratamento cirúrgico. 
A canelite mantém o atleta afastado das atividades físicas e o tempo varia de pessoa para pessoa. Em média é necessário de três a seis semanas de descanso, dependendo da gravidade. 
Kawano explica que a canelite tem prevenção: “Antes de começar uma atividade física é recomendado consultar um ortopedista. De maneira geral, é necessário uma preparação física adequada com aquecimento inicial, assim como o ganho de força e resistência muscular progressivo e o alongamento ao final da atividade”. 
O calçado deve ter atenção especial de acordo com o especialista. “O tênis precisa ser escolhido de acordo com o tipo de pisada, além de o praticante precisar tomar cuidados específicos conforme o piso. O tênis deve ser trocado por volta de 500 km de utilização ou a cada seis meses”.